A perseverança de São Benedito

A perseverança é a pedra de toque da santidade. Quem não viveu, quem não sofreu com perseverança na fé, ainda não provou o que é. Nos dias de sua Paixão, Jesus dirigiu aos seus Apóstolos este lindo elogio: “Vocês estiveram sempre junto a mim nas minhas provações” (Lc 22, 28). “O homem foi feito para o amor, escreveu Michel Quoist, e só cresce no amor.” A perseverança é a prova do amor.

Cada dia, cada momento da vida de São Benedito foram vividos no amor. Cresceu no amor como crescem as árvores plantadas à beira d’água. Essas águas misericordiosas de Deus foram abundantes na vida de São Benedito e ele nunca deixou de beber delas. Então, é o próprio Espírito Santo quem nos faz concluir por um alto juízo sobre a santidade de Benedito, apoiando-nos nestas palavras reveladas: “O homem justo crescerá como a palmeira e e florescerá como o cedro do Líbano plantado na casa do Senhor. Mesmo na velhice dará frutos cheios de seiva e verdejantes” (Sl 91).

Benedito viveu pouco para os moldes de hoje. Apenas 63 anos. Para quem desejava o céu, como ele, foi uma longa espera. Nunca foi de se poupar, porque poupar-se em demasia pode até aumentar os anos, mas diminui os merecimentos. Desgastar-se por amor de Deus e dos irmãos é contribuir com bom preço para o Reino de Deus. É assim que diz o Evangelho: “Quem ama sua vida, irá perdê-la, e quem aborrece sua vida, irá conservá-la para a vida eterna” (Jo 12, 25).

Seus dias foram cheios. No campo, na lavoura, no eremitério de Frei Lanza ou no convento de Santa Maria de Jesus sua vida foi trabalho, trabalho e mais trabalho. “A vida do homem sobre a terra é uma luta.” A divisa de Jó foi também o programa de vida para Benedito. Jamais conheceu perdas pelas quais tivesse que se arrepender. Era o servo fiel e prudente, e, com isso, atingiu enorme santidade e Deus alcançou grande glória.