Campanha da Fraternidade 2025

A Campanha da Fraternidade deste ano nos apresenta o tema FRATERNIDADE E ECOLOGIA INTEGRAL como reflexão nesta Quaresma. A partir do lema: “Deus viu que tudo era muito bom”, somos convidados a contemplar a obra da Criação Divina.

A palavra ecologia, derivada do grego, significa casa e estudo. Refere-se assim ao estudo das relações estabelecidas entre os seres vivos presentes no meio ambiente que é o planeta Terra, nossa casa comum. Entre todas as espécies, Deus constituiu a nós, seres humanos, como guardiões da Criação. Portanto somos chamados a cuidar de toda forma de vida, sinal do amor de Deus.

Em nosso processo contínuo de conversão, somos chamados a cuidar de nossa espiritualidade, em nossa casa interior. Cuidar de nossa família, na casa em que habitamos. Cuidar de nosso ambiente de trabalho, casa na qual passamos boa parte do tempo. Cuidar de nossa cidade, casa onde nos relacionamos. Por fim, cuidar do planeta Terra, nossa Casa Comum. Lembremos, acima de tudo, da Casa do Pai que é a nossa morada eterna.

Que o Santo Espírito, junto com o Pai e o Filho, fortaleça todas as pessoas que se dedicam na defesa do meio ambiente.


Os biomas brasileiros, congregando terra, água, fauna e flora na harmonia da criação, são verdadeiros celeiros da vida. Podemos contemplar tais celeiros por meio das belezas naturais que nos rodeiam.

A brisa leve da manhã, os sons dos animais, o cantar dos pássaros, o verde das árvores, o vento, a chuva, o sol e a lua, nos remetem a Criação Divina. Ao concluir toda essa obra, tendo o ser humano como Sua obra prima, Deus viu que tudo era muito bom!

Toda a harmonia presente na obra do Criador, sofre com as rupturas provocadas pelo ser humano. Atualmente, enfrentamos uma séria crise socioambiental devido a ações que degradam o meio ambiente. A exploração dos recursos naturais, a poluição, a queima de combustíveis fósseis, o desmatamento, a escassez de água e as mudanças climáticas são sinais da desarmonia instalada no planeta.

Essa crise, embora causada por uma pequena minoria, impacta principalmente os mais vulneráveis, como os povos indígenas e as comunidades de baixa renda, que sofrem gravemente com essas intervenções. Contudo, a esperança persiste. Oremos pela nossa conversão integral. Confiemos em Deus, que sempre nos ampara. Que o Santo Espírito fortaleça a cada um de nós para que sejamos testemunhas do amor de Deus.


“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a constroem”, diz a Palavra, luz para o nosso caminho. Em Genesis o próprio Deus nos diz: “Este é o sinal da aliança que faço entre mim e toda carne sobre a terra.” Todas as criaturas gozam de dignidade inegável por causa de Sua origem Divina. Sendo assim, a bênção e a aliança são para todos os seres vivos que habitam o planeta.

Encontramos em Jesus a total integração com a Criação, ao observar atentamente a sociedade e o ambiente ao Seu redor. Campos, rios, mares, montanhas, desertos, plantas e animais, contemplados com admiração, tornam-se fonte para a compreensão da realidade, a atuação e o ensino do Mestre.

A terra por si só dá seus frutos sem a interferência do ser humano necessariamente. Da mesma forma, o Reino de Deus não é condicionado pela ação humana, mas fruto da graça Divina. Ao ser humano cabe acolher, deixar-se presentear, integrar-se, contemplar e tornar-se corresponsável pela dinâmica tanto da natureza, quanto do Reino de Deus.

Que o Senhor fortaleça com Seu Santo Espírito a todos nós, para que confiando em Sua graça, sejamos guardiões da Criação.


As reflexões do texto base da Campanha da Fraternidade nos trazem o seguinte fato: “Mara, uma professora do Alto Rio Negro, no Amazonas diz: ‘nosso povo não ensina crianças a falar. A gente ensina a criança a escutar. Se ela aprende a escutar, ela aprende a brincar, refletir e entender os seres que habitam os céus, as águas, a floresta e o centro da terra. Ela escuta o vento, o silêncio, o canto dos pássaros, dos sapos, das cigarras, dos grilos e aprende a diferenciar cada coisa que escuta.’”

Primeiro a criança escuta o vento, depois ela sente o vento e por último ela fala o que é o vento. Por isso, quando as nossas crianças falam, elas já sabem o que significa a Palavra que estão pronunciando”. Com seus conhecimentos ancestrais, aquela professora ensinou que a escuta é um aprendizado contemplativo e que, saber ouvir é condição para saber falar e saber agir.

“O Senhor Deus tomou o homem e o colocou no jardim do Éden, para cultivá-lo e guardá-lo”. Portanto, agora é tempo de agir. Como filhas e filhos de Deus, somos responsáveis por preservar a obra de Suas mãos. Esse é o nosso chamado. Esse é o nosso dever como discípulos de Cristo.

Queremos agir individualmente, na comunidade e na sociedade, começando com pequenos gestos, como: adotar um estilo de vida que não seja consumista, combater a cultura das queimadas, incentivar e apoiar a coleta seletiva e a reciclagem. Juntos podemos cuidar da nossa Casa Comum. Que o Senhor fortaleça com Seu Santo Espírito a humanidade, em especial os governantes, para que abracem a conversão integral.