Famílias enlutadas

Novamente nos reunimos para a nossa caminhada quaresmal a fim de meditarmos sobre os últimos passos de Nosso Senhor. Nesta 3ª semana somos convidados a refletir sobre o grande amor de Jesus pela humanidade que, em seu mistério de seu amor incondicional, se deu todo inteiro a nós no sacrifício da cruz.

Com Sua oração silenciosa, Jesus nos ensina a renúncia a Si mesmo, aceitando e cumprindo com a vontade do Pai ao dar Sua vida para a nossa Salvação. Hoje refletiremos sobre o valor da oração, principalmente frente a dor da alma que provém do luto.

O Mestre nos ensina quando se dirige ao Pai em oração e fortalecido se entrega por nós. O Pai escuta o Filho e O acompanha. Na oração Jesus faz a ligação com Pai. A oração é, portanto, uma maneira de construir um bom relacionamento com Deus e traz uma profunda paz e a fortaleza para caminhar diante da cruz. Ela nos liga ao céu.

É fundamental sermos orantes, pois diante dos sofrimentos que vivemos a nossa fortaleza se encontra na oração. Exemplo disso encontramos na vida de muitos de nossos irmãos e irmãs enlutados que superam a dor da perda pela oração.

Na hora em que experimentamos a dor de separação de um ente querido, necessitamos nos unir em oração para transpô-la alicerçados na esperança. Sendo assim, queremos hoje apresentar a Deus as famílias enlutadas que, nesse período de pandemia, perderam seus entes queridos de uma forma terrível, sem ter a oportunidade de um digno funeral.

Diante da fragilidade própria do período de luto, que deixa as pessoas sem forças, somos chamados a rezar pelas famílias enlutadas para que encontrem o consolo.

Jesus é levado a Anás

Jesus é interrogado por Anás sobre sua doutrina e sobre os seus discípulos. Para defender a glória do Pai, o mestre responde com dignidade e clareza: «Eu falei em público, e todos aqueles que estão aqui me ouviram». Diante de Sua fala penetrante, todos estremeceram, mas a conspiração contra Ele é tão grande que um servo, para agradar a Anás, desfere agressivamente um soco na sagrada face do Cristo.

Jesus entregou-se com prontidão aos inimigos, enxergando neles a Vontade do Pai.

  • Nos enganos das criaturas, nas traições, estamos por acaso prontos a perdoar como Jesus perdoou?
  • Todo o mal que recebemos das criaturas, entregamos inteiramente nas mãos de Deus? – Estamos prontos a fazer tudo àquilo que o Pai quer de nós?
  • Nas cruzes, nos cansaços, podemos dizer que a nossa paciência imita a de Jesus?

Quando somos pessoas orantes, enfrentamos as provações diárias, inclusive as travessias dolorosas de nossos lutos. Somente buscando o amparo de Deus na oração, poderemos aprender a viver as perdas de nossos entes queridos com serena aceitação.

Jesus é entregue a Caifás

Coberto por acusações ensurdecedoras, Jesus é arrastado até Caifás. Contudo, o Senhor se mantém totalmente manso, modesto e humilde. A Sua doçura e paciência são tamanhas que abalam os Seus próprios inimigos.

Caifás dominado pelo furor deseja devorar o Mestre. No entanto a inocência de Jesus faz contraste com o pecado dos homens. Na Pessoa do Cristo, o Nosso Amado Deus, está diante de Caifás como o maior dos culpados, acusado injustamente e submetido a torturas atrozes.

Ao ser interrogado, Jesus diz sempre a verdade.

  • E nós, quando o Senhor permite que nos caluniem e nos acusem injustamente, procuramos somente Deus, que conhece a nossa inocência? – Ou então mendigamos a estima e a honra das criaturas?
  • Dos nossos lábios sai sempre a verdade? – Somos inimigos de qualquer artifício e falsidade?
  • Suportamos com paciência os escárnios e as confusões que as criaturas nos ocasionam?
  • Estamos prontos a dar a vida pela sua salvação?

Diante de tantas tentações, Jesus manso e humilde de coração nos ensina a sermos também, pacientes, humildes, perseverantes e prudentes.

Jesus é negado três vezes por Pedro

Ouçamos piedosamente o Evangelho de São Matheus.

Enquanto isso, Pedro estava sentado no pátio, aproximou-se dele uma das servas, dizendo: “também tu estavas com Jesus, o Galileu”, mas ele negou publicamente, nestes termos: “não sei o que dizes.” Dirigia-se ele para a porta, a fim de sair, quando outra criada o viu e disse aos que lá estavam: “Este homem também estava com Jesus de Nazaré.” Pedro, pela segunda vez, negou com juramento: “Eu nem conheço tal homem!” Pouco depois, os que ali estavam aproximaram-se de Pedro e disseram: “Sim tu és daqueles; teu modo de falar te dá a conhecer”. Pedro então começou a fazer imprecações, jurando que nem sequer conhecia tal homem. E nesse momento, cantou o galo. Pedro recordou-se do que Jesus lhe dissera: “Antes que o galo cante, negar-me-ás três vezes” E saindo, chorou amargamente.

O Senhor abandonou-o às suas próprias forças: tornou-se então tão fraco como o são todos os que esquecem as palavras: “vigiai e orai, para não cairdes em tentação”. Pedro caiu, pois não orou com Jesus.

Senhor, que diante das provações e dos sofrimentos possamos ter a coragem de testemunhar nossa a fé. E como muitos santos deram sua vida sem medo, saibamos buscar na oração o sustentáculo para nossa fé.

O Sinédrio entrega Jesus a Morte

Vamos escutar atentamente o Evangelho de São Lucas.

“Ao amanhecer, reuniram-se os an¬ciãos do povo, os príncipes dos sacerdotes e os escribas, e mandaram trazer Jesus ao seu conselho. Perguntaram-lhe: ‘Dize-nos se és o Cristo!’ Respondeu-lhes ele: ‘Se eu vos disser, não me acreditareis; e se vos fizer qualquer pergunta, não me respondereis. Mas, doravante, o Filho do Homem estará sentado à direita do poder de Deus”. Então, perguntaram todos: ‘Logo, tu és o Filho de Deus?’. Respondeu: ‘Sim, eu sou’. Eles então exclamaram: ‘Temos nós ainda necessidade de testemunho? Nós mesmos o ouvimos de sua boca’”.

Frente à pergunta feita a Jesus: “Logo, tu és o Filho de Deus?”, vamos refletir sobre a resposta do mestre: ‘Sim, eu sou’.

  • Temos nós também dado testemunho da Filiação Divina, principalmente nos momentos mais difíceis, como esse que estamos passando como humanidade, no qual somos chamados a ser pontes de misericórdia para os nossos irmãos enlutados?

Perante tantos questionamentos, Jesus responde sem medo toda a verdade com sabedoria. Que diante das situações que pedem provas da nossa fé e testemunho cristão também nós sejamos transparentes, firmados na verdade que é o próprio Cristo.

Gesto concreto para a semana: O Papa nos pede para rezar por ele e pelas suas intenções: pela Paz mundial e conversão do mundo inteiro. Vamos pedir a Deus para abençoar nosso Papa Francisco em sua missão como líder da Igreja, bem como para todos os bispos, sacerdotes e religiosos, para que sejam fortalecidos na condução do povo para o caminho do Amor e da fraternidade.