Misericórdia

A Igreja tem a missão de anunciar a Misericórdia de Deus, que é o coração pulsante do Evangelho, e por meio dela deve chegar ao coração e à mente de cada pessoa. A primeira verdade da Igreja é o Amor de Cristo. E, deste Amor que vai até ao perdão e ao dom de si mesmo, a Igreja faz-se serva e mediadora junto dos homens. Por isso, onde a Igreja estiver presente, aí deve ser evidente a Misericórdia do Pai.


Nas nossas paróquias, nas comunidades, nas associações e nos movimentos, ou seja, onde houver cristãos, qualquer pessoa deve poder encontrar uma fonte de misericórdia. Na misericórdia, temos a prova de como Deus ama. Ele dá tudo de Si mesmo, para sempre, gratuitamente e sem pedir nada em troca. Vem em nosso auxílio, quando O invocamos.


Ele vem para nos salvar da condição de fraqueza em que vivemos. E a ajuda d’Ele consiste em fazer-nos sentir a Sua Presença e Proximidade. Dia após dia, tocados pela Sua Compaixão, podemos também nós tornar-nos compassivos para com todos. Fazer a experiência de abrir o coração àqueles que vivem nas mais variadas periferias existenciais.
Quantas situações de precariedade e sofrimento presentes no mundo atual! Quantas feridas gravadas na carne de muitos que já não têm voz, porque o seu grito foi abafado e se calou por causa da indiferença dos corações soberbos. No entanto, não podemos cair na indiferença que humilha, na habitualidade que anestesia o espírito e no cinismo que destrói.


Abramos os nossos olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs privados da própria dignidade e sintamo-nos desafiados a escutar o seu grito de ajuda. Que o seu grito se torne o nosso e, juntos, possamos romper a barreira de indiferença, que frequentemente reina soberana para esconder o egoísmo. É passada a hora de redescobrirmos as Obras de Misericórdia, como fez, ensinou e praticou nosso querido Padroeiro São Benedito: deu de comer aos famintos, deu de beber aos sedentos, vestiu os nus, acolheu os peregrinos, deu assistência aos enfermos, visitou os encarcerados, enterrou os mortos. E, não esqueçamos de que, também aconselhou os indecisos, ensinou os ignorantes, admoestou os pecadores, consolou os aflitos, perdoou as ofensas, suportou com paciência as pessoas molestas, rezou a Deus pelos vivos e defuntos.


São Benedito possibilitou muitas curas e, sempre usou os dons e carismas, com os quais Deus o cumulou, com a maior bondade, honestidade e santidade. Por isso, pela sua retidão e humildade, e por graça de Deus, cada vez operava mais e mais prodígios. Que, iluminados pelo Espírito Santo, possamos ter um coração semelhante ao de São Benedito, para sermos verdadeiros irmãos dos nossos irmãos, ajudarmos os que estão à beira do caminho, celebrarmos a vida e agradecer por todos os benefícios recebidos.


Glorioso São Benedito, rogai por nós!