O Jejum
Iniciemos hoje a nossa caminhada quaresmal. Este tempo forte que nos convida a oração, ao jejum, à caridade, ao silêncio e à revisão de vida. Neste espírito de quaresma também refletirmos sobre a Fraternidade e a Educação: “Fala com Sabedoria, Ensina com amor”.
Sim, estamos no tempo propício para fazermos um balanço da nossa vida, acertar o que não está correto, pedir perdão e perdoar, confessar, intensificar a oração e interceder por nossos familiares, amigos e pelo mundo todo. Assim oferecemos também nossas dores para que Jesus as transforme em conversão.
Para fortalecer esta nossa caminhada quaresmal, meditaremos a cada passo de nossa procissão sobre as últimas 24 horas da Paixão de Jesus. Nesta nossa 1.ª semana, refletiremos sobre a necessidade do JEJUM que nos leva a ter autodomínio frente às tentações. O nosso “eu” tem que saber dizer SIM quando for SIM e NÃO quando for NÃO, pois, NÃO PODEMOS SERVIR A DOIS SENHORES.
JEJUM implica deixar de fazer a nossa própria vontade, renunciarmos a comida, bebida ou ao que nos seja prazeroso para FOCAR-MOS em Deus. “
“Os Ninivitas creram em Deus, e proclamaram um jejum e todos eles, do maior ao menor
vestiram-se de sacos… Diante de tal atitude, vendo como renunciavam os seus maus caminhos, Deus arrependeu-se do mal que resolvera fazer-lhes, e não o executou” (Jonas 3,5.10). O JEJUM TOCA O CORAÇÃO DE DEUS.
Jesus despede-se de sua Mãe
Jesus, antes de dar inicio à sua Paixão, quis estar com a sua Mãe, para lhe pedir a BENÇÃO”. Este é o encontro da dor do Filho obediente com a Mãe Amada, neste sublime momento de despedida.
A cada vez que pedimos a benção que seja para a mãe, pai, padre, tios, tias, madrinhas, padrinhos, a resposta é: “ Deus te abençoe”. A benção vem de Deus e nos fortalece para a vivência cotidiana e para as práticas quaresmais. Esta benção de Deus que nos favorece a caminhar jejuando a fim de estarmos mais próximos de Deus.
Nesta nossa caminhada, depositemos nossas orações nas mãos de Nossa Senhora, para que conforte as mães que veem seus filhos caminhando em direção a morte, quer por causas naturais, doenças, alcoolismo, drogas e outras causas que dilaceram os corações sofredores de tantas mães. Que Maria acolha as nossas súplicas e as apresente ao seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo.
Jesus separa-se da sua Mãe e vai para o cenáculo
Acompanhado de Sua mãe, Jesus pediu-Lhe a BENÇÃO, como vimos. A dor de Maria e Jesus se estendeu neste encontro de duas almas abraçadas pelo amor maternal e filial. A mãe abençoa e o Filho parte. Jesus separa-se de sua mãe, com prontidão, embora sinta que seu coração terníssimo se despedaça. No entanto, o que ecoa nestas almas sofredores é a frase: “Que se faça Senhor, a TUA vontade”.
Será que nós estamos dispostos e prontos a sacrificar os nossos afetos mais legítimos e santos, a nossa vontade para cumprirmos o QUERER de Deus? O dia de hoje nos propõe o Jejum, a fim de deixarmos de fazer algo prazeroso por amor a Deus para nos aproximarmos mais Dele.
Peçamos neste momento a Deus todo Poderoso, que envie sobre nós o Seu Espírito e nos fortaleça, em especial, nos momentos de separação, para que possamos discernir os seus desígnios.
A ceia segundo a Lei
“Quando chegou a hora, Jesus pôs-se à mesa com os Apóstolos e disse-lhes, tenho ardentemente desejado comer convosco esta Páscoa antes de padecer, pois digo-vos, que já não comerei até ter pleno cumprimento do Reino de Deus”.
No Cenáculo com os Apóstolos, Jesus perpetua a ceia. Lava os seus pés como exemplo. Momento intenso de amor, de estar juntos… ao mesmo tempo, momento de dor, pois Jesus via que perdia Judas e em Judas via as almas que se perdiam.
Nesta intensidade de sentimentos, recordamos João que perto de Jesus recebeu o conforto.
No discípulo amado, Jesus via retratadas todas as almas que O amam. Como num espelho, nos vemos também, em João, recostando a cabeça no peito de Jesus, sentindo que cada palpitar nos diz: “te amo”.
Sintamos a cada passo de nossa vida que caminhamos ao Encontro de Jesus e nesta hora pedimos a Ele o conforto a todas as almas aflitas e atribuladas que O seguem e O amam. Enfim, peçamos a Jesus o conforto à nossa alma.
A ceia eucarística
Jesus disse a Beata Luiza Piccarreta em uma visão: “…Quis instituir este Sacramento, o último da Minha Vida, para poder colocar ao redor de cada Hóstia toda a Minha Vida, a fim de que a criatura tivesse todos os meios para Me receber e como preparação por cada criatura que Me receberia. Nunca a criatura Me poderia receber, se não tivesse havido um Deus que, tomado por um excesso de amor em se querer dar à criatura, não preparasse tudo…”
Caminhamos ao encontro de Jesus, presente na Eucaristia. Ele nos deixou o exemplo e nos disse: “Eis que estarei convosco todos os dias…” “Tomai e Comei este é o Meu Corpo e meu Sangue que é dado por vós, fazei isto em memória de mim…”
Foi necessário que Jesus derramasse o seu sangue por nós, morresse e ressuscitasse por nós, vitorioso, triunfante, e é esta a fé que nos move. Jesus na hóstia Consagrada nos dá a vida e o sentido de nossa vida.
É necessário que estejamos atentos a todos os nossos impulsos interiores, porque o bom Jesus ora nos faz sofrer, ora nos quer a rezar, ora nos coloca num estado de ânimo, ora noutro, para poder repetir em nós a Sua própria Vida.
Quando por Deus, deixamos de comer, beber ou fazer o que nos é prazeroso, nossa alma se alimenta, se fortifica e se alegra em Deus.