Oração pelas almas
Neste Ano Jubilar, somos chamados a ser Peregrinos de Esperança. Vivenciamos um tempo de graça, marcado pelo perdão, pela reconciliação e pela renovação espiritual. Jesus é a razão de nossa esperança, porque somente Ele tem palavras de vida eterna.
Como Igreja peregrina, somos convidados a promover a esperança nesta terra, em vista da pátria definitiva. Desse modo, nos sentimos impelidos também a reavivar nossa comunhão com a Igreja padecente.
Nesta manhã penitencial, elevaremos nossas orações pelas almas do Purgatório na esperança de que, junto delas, um dia nos saciemos da glória futura.
Rezar pelas almas é uma das obras espirituais de misericórdia. Portanto, peregrinando na esperança da ressurreição, intensifiquemos nossas orações pelos nossos falecidos e pelas almas esquecidas que se encontram na eternidade.
Cientes de que, neste Jubileu, podemos alcançar a graça da indulgência para nós e para as almas, caminhemos na firme esperança de nos reunirmos na Morada Celeste.
Rezar pelos entes queridos
Há cada vinte e cinco anos, o sucessor de Pedro proclama o Ano Jubilar. Somos agraciados por vivermos esse tempo de perdão e remissão, no qual somos libertos de qualquer resíduo das consequências do pecado e capacitados a crescer na caridade em vez de recair no pecado.
Jesus nos revela como é ilimitada a misericórdia do Pai. Por isso, como filhos de Deus, podemos assumir os mesmos sentimentos de Cristo, confiando a Misericórdia Divina as almas que padecem no Purgatório.
Dessa forma, supliquemos o olhar misericordioso de Deus pelos falecidos. Rezar pelos mortos é uma tradição encontrada em diversas religiões. Essa prática conforta os familiares e amigos enlutados, beneficia as almas que recebem as orações e demonstra o nosso amor por aqueles que partiram.
Através da oração, os vivos se sentem mais próximos de seus entes queridos, experimentando o alívio da dor e uma saudade serena.
Quando uma pessoa morre, não pode fazer mais nada por si mesma. O tempo se findou para ela. Porém, por meio da Comunhão dos Santos, os vivos podem estender o seu amor até o além através da oração.
As orações dos familiares e amigos ajudam no estado de purificação das almas. Também através de seu jejum, de suas boas obras e, acima de tudo, de seu oferecimento na Celebração da Santa Eucaristia, podem rezar pelo sufrágio de seus falecidos.
Peregrinos de Esperança, nossa meta é o Céu
Mesmo experimentando a limitação e a finitude da vida terrena, sabemos que fomos criados para algo maior: a vida plena na glória de Deus. A fé na ressurreição da carne nos garante que morrer não é o fim, mas o começo de uma nova realidade eterna.
Contudo, nem todos em sua morte conseguem preparar-se para contemplar a face de Deus. Nesse caso é necessário que a alma passe pela purificação no estado do Purgatório para depois adentrar a glória de Deus.
Nesse estado de purificação muitas almas são esquecidas por negligência de nossas orações. Portanto, rezemos, sobretudo pelas almas que não são lembradas pelas pessoas com as quais conviveram. Que elas sejam alcançadas pelos méritos de Jesus Cristo e recebam a graça de contemplarem o rosto de Deus.
O Catecismo da Igreja Católica afirma que o Purgatório é uma “purificação final” que antecede o Céu, para todos os que morrem na graça, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna.
O Purgatório é como uma sala de espera para o Céu, na qual aguardamos o feliz momento de adentrar a Casa do Pai. As almas nesse estado de purificação, contam com o oferecimento de nossas orações e práticas penitenciais para que suas penas sejam aliviadas e por fim acolhidas no Paraíso.
Portanto, a fé na Comunhão dos Santos, nos assegura que as almas que morreram na amizade com Deus e pelas quais rezamos, um dia rezarão por nós que caminhamos nesta terra rumo ao Céu.
Indulgências: sinal concreto de Graça
Precisamos nos lembrar de que a qualquer momento podemos ter o nosso encontro definitivo com o Senhor. Por isso devemos nos preparar bem para esse encontro. Agora é o tempo da graça.
Estamos sujeitos a tentação de ignorarmos os valores eternos e colocarmos a confiança nas coisas deste mundo que podem nos distrair de nosso verdadeiro propósito nesta vida. No entanto, a misericórdia de Deus é incansável e nos oferece os meios para alcançarmos a Salvação.
Na antiguidade o termo misericórdia e indulgência tinham o mesmo significado, porque exprimem a plenitude do perdão de Deus que não tem limites, como nos ensina o papa Francisco.
Assim a Indulgência é expressão da ilimitada misericórdia divina que por meio da Igreja, ajuda a superar as penas temporais. Essa penas são consequências do desequilíbrio que o pecado traz consigo na relação com Deus, com o próximo e com a Criação. Desse modo, a Indulgência sempre vem associada ao sacramento da Reconciliação.
O pecado sempre traz consigo duas dimensões: a culpa e a pena. A culpa pode ser superada pelo arrependimento junto com a confissão. Já a pena pode ser eterna ou temporal.
A pena eterna é consequência do pecado grave, na qual a alma não aceita a Salvação. A pena temporal, por sua vez, requer uma purificação para ser apagada no Purgatório ou ainda nessa vida, por meio da indulgência.
Portanto, além de buscarmos a indulgência para nós mesmos aqui na terra, podemos oferecê-la para as almas a fim de que se dirijam para os braços do Pai.