Revisão de vida
Irmãos e irmãs, a quaresma é uma jornada de purificação e preparação para a celebração da Páscoa. É uma oportunidade de vivermos intensamente o chamado do Senhor à conversão e de mergulharmos em Sua misericórdia.
O Tempo quaresmal é oportuno para, nos aproximarmos mais de Deus e de fazermos uma sincera reflexão na busca de uma verdadeira mudança de vida.
Hoje o tema da nossa meditação é “revisão de vida”. Assim, nessa procissão penitencial, somos convidados a reordenar nossos passos, renovando nosso compromisso de batizados.
O Papa Francisco nos convida a “Um exame de consciência que deve levar à conversão do coração”.
A busca por uma vida interior nos ajuda a avaliar o quanto nossas atitudes podem ter consequências sobre a vida daqueles que amamos e convivemos.
Peçamos a luz do Espírito Santo para que ao examinarmos nossa consciência, demos passos para a vida de santidade.
Deus viu que tudo era muito bom
O espírito quaresmal nos chama a reconhecermos nossos pecados e a nos arrependermos sinceramente. A Campanha da Fraternidade nos ajuda a iluminar nossa consciência para admitirmos nossos pecados pessoais, comunitários e sociais, que se contrapõem a proposta do Reino de Deus.
A Campanha da Fraternidade deste ano, nos coloca diante da Obra de Deus, por meio de Sua Palavra. Assim, tudo que está ao nosso redor, a natureza, os animais, os seres humanos fazem parte do plano de Deus que nos convida a uma conversão integral.
O Papa Francisco, em sua Encíclica “Laudato Si”, nos ensina que: Há “uma relação de reciprocidade responsável entre o ser humano e a natureza”. Podemos fazer uso da terra para nossa sobrevivência, porém temos o dever de protege-la e garantir a continuidade de sua fertilidade para as próximas gerações.
Será que o modo como nos relacionamos com os outros seres presentes em nossa Casa Comum, contribui para uma vida segura e feliz para as gerações futuras?
Cumprimos nossa missão como guardiões da Criação ou nossas atitudes afetam as pessoas ao nosso redor?
Cuidamos do nosso quintal, visando impedir o aumento dos mosquitos da dengue e de outras doenças?
Colaboramos com a reciclagem separando o nosso lixo?
Evitamos o desperdício de água?
Somos empáticos com nossos irmãos e irmãs em especial com os mais pobres e excluídos da sociedade?
Respondamos sinceramente a esses questionamentos para podermos realizar uma verdadeira mudança de vida.
Peregrinos de Esperança
Vivemos o Ano Jubilar, proclamado pelo Papa Francisco, como Jubileu da Esperança. É um tempo de graça extraordinária, de conversão e renovação espiritual para os católicos do mundo todo.
Ao longo desse Ano Santo podemos alcançar as indulgências plenárias. Ao nos confessarmos, somos absolvidos do pecado, porém a pena persiste, pois o pecado deixa suas consequências em nossa vida. A culpa do pecado gera sequelas e precisa de reparação que, normalmente, acontece no Purgatório.
No Jubileu nos é concedida a graça da Indulgência, por meio da Igreja, que nos redime dessa pena ainda nesta vida terrena.
Para obtermos a indulgência são necessárias algumas condições: a Confissão Sacramental; Participar da Santa Missa; realizar uma peregrinação em uma igreja jubilar onde podemos rezar pelo Papa e por suas intenções.
Contudo, a indulgência não é algo mágico. É preciso nos arrependermos, nos desapegarmos do pecado, dispostos a uma sincera conversão.
É hora de refletirmos sobre tudo que vivemos até o momento presente. Peçamos, portanto, que a luz do Espírito Santo, nos ilumine em nossa preparação para a Santa Páscoa.
Almejamos uma mudança de atitudes para sermos autênticos cristãos. Que o Senhor nos ajude a abandonar os vícios, nos tornarmos pessoas mais fraternas, servindo aos irmãos e caminharmos com esperança na busca pela vida eterna.
Viver em unidade
A Eucaristia é a celebração da Nova Aliança, na qual temos a presença real e viva de Jesus Cristo entre nós. É o pacto de amor que renova as relações humanas e gera uma nova humanidade, um novo mundo, onde as relações são fundamentadas na prática da fraternidade, da comunhão, do cuidado, da compaixão e do perdão.
A Igreja nos lembra que não caminhamos sozinhos. Assim como Cristo contou com Cirineu em Seu caminho rumo à cruz, também nós devemos trilhar nossa jornada na companhia dos nossos irmãos e irmãs, ajudando-nos mutuamente para crescermos na fé.
Diante disso podemos nos perguntar:
Estamos vivendo a unidade na Igreja ou ficamos apontando os erros do irmão?
Procuramos seguir as orientações de nosso Papa, bispos e pároco ou criticamos e questionamos tudo que nos é apresentado?
Viver em unidade na Igreja é estar em harmonia com os demais membros, aceitar as diferenças que nos completam e enriquecem. É testemunhar a obra de Deus, atitude fundamental para o cumprimento de nossa missão como Igreja no mundo.
Peçamos a intercessão de Nossa Senhora, a Virgem do silêncio e da obediência, para sermos humildes e determinados na busca pela santidade e na promoção da unidade da Igreja.